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Nelci Peripolli
(Cascavel/PR)

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Sua obra "No colo da Lua" foi publicada por nós, este é seu primeiro livro? Como se deu a ideia de publicá-lo?

Sim, é meu primeiro livro publicado, até então eu tinha alguns poemas e crônicas publicados por conta de concursos dos quais participava, e alguns permaneciam guardados na gaveta. A decisão de publicar esse livro não se deu de repente. Essa ideia me agradava quando pensava nos meus filhos lendo textos que eu escrevi, via isso como um incentivo à literatura, além de nos aproximar mais. Porém, quando conheci a Editora Becalete, por ocasião do Talento Poético 2020, fiquei empolgada com a atenção, a simpatia, a facilidade e a credibilidade do Luciano e, por extensão, de toda a sua equipe. Acho que faltava isso para eu tomar a decisão!

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Qual o objetivo da sua obra, a sua importância para o universo literário ou para o assunto que aborda?

O que escrevi foi com o objetivo primeiro de satisfazer a necessidade intrínseca de me expressar por escrito, como se registrando poeticamente minhas impressões sobre a vida eu conseguisse me definir, me conhecer melhor... Quando trabalhamos nossas emoções, nomeando-as e refletindo sobre elas, temos, pelo menos, a sensação de que ficamos mais bem resolvidas. E, sendo uma obra lírica, imagino que possa proporcionar a alguém o mesmo prazer que eu procuro quando leio poemas ou crônicas de qualquer escritor... Parece que a gente tem uma incessante necessidade de se emocionar, de se identificar com alguém para não se sentir estranha no mundo. Isso pode ser visto um segundo objetivo.

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Como é ser um escritor hoje em dia?

A palavra “escritora” é muito comprometedora para usar nessas circunstâncias. A experiência de escrever textos literários é muito linda e trabalhosa considerando tudo o que o escrever envolve quando se sabe que vai publicar. Não esperava que eu fosse continuar com vontade de escrever, mas para minha surpresa, já escrevi novos textos... 

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Como suas experiências de vidas lhe influenciou na escrita? Quais são suas inspirações?

Minha vida está nos textos que escrevo, seja nas lembranças da infância, da adolescência, nos amores, nos filhos, nas saudades, na separação, na delicadeza das coisas da natureza, nas mudanças de vida, nas crises existenciais, nos conflitos a resolver, na busca incessante do sentido da vida.... Se eu não pudesse deixar que as pessoas me conhecessem, não poderia publicar meus poemas e crônicas, pois, tirando a pouca fantasia que há neles, a maior parte sou eu, é minha vida. E amo tudo isso!

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A família e os amigos lhe apoiaram nesta empreitada? Qual fator determinante do apoio ou não deles?

Minha filha apoia todos os meus projetos interagindo e ajudando no que eu precisar.

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Como você enxerga a questão da leitura e do consumo de livros hoje no Brasil?

A leitura e o consumo de livros historicamente têm ficado aquém do desejado, por uma série de fatores, que sabemos que vai muito além do econômico. Infelizmente as famílias e as escolas pouco conseguem em termos de estimular o prazer de ler um texto escrito, principalmente o literário. Há muitos projetos interessantes que objetivam o estímulo à leitura e até conseguem um resultado razoável, porém se antes do celular já falávamos no insignificante consumo de livros, nas atuais circunstâncias o problema em questão parece se agravar...  Mas sempre haverá quem deixa de comer um lanche para comprar um livro, e aquele que vai deixar a vida sem ter lido um livro, mesmo que tenha ganho um.

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Você pretende seguir publicando mais livros? E quais assuntos que gostaria de abordar futuramente?

Não planejo nada...vou escrevendo conforme vou sentindo necessidade, porém, não posso afirmar que vou parar por aqui. Acredito que havendo o próximo ainda terá haicais, pequenos poemas e mais crônicas. Vejo um sentido gostoso nas coisas prosaicas que vivo, o cotidiano me encanta! Cada momento tem um grande sentido, só temos que ter sensibilidade para apreendê-lo.

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Como você espera que os leitores interpretem a obra?

É difícil esperar um leitor que interprete uma obra de determinado modo , porque cada um vai fazer a sua leitura de acordo com suas próprias vivências , e o ser humano, ao mesmo tempo que é múltiplo , é único... Mas que bom se o  leitor começasse sentindo o clima do livro pela capa, pelo título... mergulhando em cada texto lido , encontrando um sentido,  o seu sentido, percebendo a sensação que lhe provocou...tendo algo a falar após ter lido o livro todo ou apenas alguns textos, algo que expresse a sua verdade seja ela qual for...que leia sabendo que ali está um ser como ele, um ser “humano” que fala, que tem suas dores, seus medos, suas alegrias , seus sonhos, um ser que não “é” e nem “foi” mas que está  constantemente “sendo” ...

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Como foi as suas experiências em publicar na Editora Becalete?

Quanto à experiência que tive, ao longo do processo de escrever até chegar à publicação, posso dizer que me trouxe conhecimentos e vivências interessantes e agradáveis, considerando a organização, o acompanhamento do passo a passo, a troca de opiniões e o compromisso tanto da minha parte quanto da Editora Becalete. Agradeço o Luciano e equipe pela amabilidade, clareza, atenção e a agilidade com que desenrola o trabalho na Editora. Para mim, o atendimento do Luciano pelo whatsApp foi fundamental. Quem está iniciando a aventura de publicar um livro, vai sentir o Luciano como aquele pai que pega a mão do filho para incentivar a troca dos passos e ele segue sem medo...

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Deixe aqui um convite de leitura ao seu leitor, falando um pouco de vocês e da obra se preferir.

Ler é estar muito bem acompanhado, porque é uma viagem ao mundo criado pela imaginação de um escritor que instiga a romper fronteiras, se aventurar pelo desconhecido e a se encantar com o ritmo e jogo de palavras, como nos poemas...

É algo incrível ler uma poesia e sentir uma emoção que, muitas vezes não se sabe nem explicar, mas apenas sentir. Lendo No colo da Lua, você, leitor vai encontrar a vida: o medo, a alegria, a desilusão, a força, a natureza, o sonho, a mudança, a dúvida, coisas que, de uma ou outra forma, fazem parte da vida de todo ser humano...

A melhor leitura é aquela com a qual você não fica preocupado em ter que dizer a alguém o que o poeta quis dizer, então, proponho uma leitura leve e livre em que você possa conversar, sem pressa, com os textos, reagir diante deles, se encontrando ou se desencontrando neles, mas se permitindo esse encontro íntimo com a emoção, com a sensibilidade. Já foi dito que “poesia é um estado de espírito”, portanto sua fruição exige uma grande abertura emocional.
 

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